Ter razão e posições justas não basta

<font color=0093dd>A luta vai crescer<br>com a força de Maio</font>

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Nas co­me­mo­ra­ções do Dia In­ter­na­ci­onal dos Tra­ba­lha­dores, que pro­moveu em mais de quatro de­zenas de lo­ca­li­dades, com uma par­ti­ci­pação que em geral foi su­pe­rior à dos úl­timos anos, a CGTP-IN re­a­firmou as suas rei­vin­di­ca­ções e pro­postas, al­ter­na­tivas à po­lí­tica de ex­plo­ração e em­po­bre­ci­mento, e apontou o ca­minho para in­ten­si­ficar e alargar a luta nas em­presas e nas ruas.

Por uma efec­tiva mu­dança de po­lí­tica, há que juntar forças e von­tades

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A men­sagem deste 1.º de Maio ficou ex­pressa, por mi­lhares e mi­lhares de pes­soas nas ruas e praças, em ma­ni­fes­ta­ções, des­files, co­mí­cios e ini­ci­a­tivas de con­vívio, nas pa­la­vras de ordem gri­tadas, nos cravos ver­me­lhos, nas faixas e car­tazes (quer os que es­tavam iden­ti­fi­cados com es­tru­turas do mo­vi­mento sin­dical uni­tário, quer os de ou­tras or­ga­ni­za­ções que se jun­taram às ini­ci­a­tivas da CGTP-IN, quer ainda os inú­meros dís­ticos cla­ra­mente pes­soais). A sín­tese foi trans­crita nas in­ter­ven­ções cen­trais dos di­ri­gentes, as­sentes em tó­picos co­muns, e numa re­so­lução apro­vada nas prin­ci­pais ac­ções.

A In­ter­sin­dical deu re­levo à rei­vin­di­cação de em­prego, di­reitos, sa­lá­rios (e au­mento do sa­lário mí­nimo para 515 euros, desde Ja­neiro desde ano) e ser­viços pú­blicos, bem como às pro­postas que tem apre­sen­tado e que re­a­firmou, para pôr termo à po­lí­tica de go­vernos su­ces­sivos, pra­ti­cada nas úl­timas dé­cadas, e para travar as graves me­didas do ac­tual Exe­cu­tivo e da mai­oria PSD/​CDS-PP.

«Estas pro­postas de­mons­tram que não es­tamos pe­rante ine­vi­ta­bi­li­dades» e «são al­ter­na­tivas que as­se­guram ao País um rumo de pro­gresso e jus­tiça so­cial», disse Ar­ménio Carlos, que fez a in­ter­venção prin­cipal no palco ins­ta­lado na Ala­meda D. Afonso Hen­ri­ques, em Lisboa. O Se­cre­tário-geral da CGTP-IN re­alçou que «é hora de in­formar, es­cla­recer, or­ga­nizar e mo­bi­lizar os tra­ba­lha­dores e a po­pu­lação», pois «a razão e a jus­tiça das nossas po­si­ções não são, só por si, su­fi­ci­entes para forçar a mu­dança de po­lí­tica» e «temos de lutar».

Esta ideia marca as li­nhas de ori­en­tação da cen­tral para os pró­ximos meses, assim ex­pla­nadas por Ar­ménio Carlos:

«Vamos in­ten­si­ficar a acção nos lo­cais de tra­balho, di­na­mi­zando a acção rei­vin­di­ca­tiva, por me­lhores sa­lá­rios, pela pas­sagem dos tra­ba­lha­dores com vín­culo pre­cário a efec­tivos, pelo di­reito ao tra­balho e ao tra­balho com di­reitos.

«Vamos sin­di­ca­lizar mais tra­ba­lha­dores e tra­ba­lha­doras, com vín­culos efec­tivos e pre­cá­rios, re­for­çando a or­ga­ni­zação sin­dical nas em­presas e ser­viços, alar­gando a uni­dade na acção e a ca­pa­ci­dade rei­vin­di­ca­tiva, ga­ran­tindo a au­to­nomia e in­de­pen­dência deste mo­vi­mento sin­dical, in­dis­so­ciável dos seus prin­cí­pios pro­gra­má­ticos de classe, de­mo­crá­tico, uni­tário e de massas, para servir mais e me­lhor todos quantos tra­ba­lham nos sec­tores pri­vado e pú­blico.

«Vamos di­na­mizar a luta, nas em­presas e na rua, contra a aus­te­ri­dade, o pa­cote de ex­plo­ração e o ataque aos ser­viços pú­blicos e às fun­ções so­ciais do Es­tado.

«Vamos juntar forças e von­tades, exi­gindo uma efec­tiva mu­dança de po­lí­tica, que va­lo­rize os tra­ba­lha­dores, as­se­gure o fu­turo das jo­vens ge­ra­ções, seja so­li­dária com os de­sem­pre­gados e res­peite os re­for­mados e pen­si­o­nistas.»

Em Lisboa teve lugar, como afirma a CGTP-IN, a maior ma­ni­fes­tação de 1.º de Maio dos úl­timos anos. No per­curso ha­bi­tual, da Praça de Martim Moniz até à Ala­meda Afonso Hen­ri­ques, des­fi­laram mi­lhares e mi­lhares de pes­soas, do dis­trito de Lisboa e dos con­ce­lhos Norte do dis­trito de Se­túbal. Nos pas­seios da Ave­nida Al­mi­rante Reis, em fila que foi fi­cando mais com­pacta à me­dida que se apro­xi­mava a ca­beça do des­file, ou­tros mi­lhares sau­davam os ma­ni­fes­tantes e muitos aca­bavam por se juntar aos seus sec­tores ou a amigos e ca­ma­radas.

 No Porto, de­baixo de chuva, mi­lhares de pes­soas des­fi­laram pelo centro da ci­dade. A ma­ni­fes­tação do 1.º de Maio da CGTP-IN ar­rancou após um co­mício «mo­lhado», es­ten­dendo-se num enorme des­file, e ter­minou com a ha­bi­tual festa, na Praça da Li­ber­dade. Ali es­ti­veram tra­ba­lha­dores, jo­vens e menos jo­vens, de pra­ti­ca­mente todos os sec­tores de ac­ti­vi­dade, e também pen­si­o­nistas e re­for­mados, de­sem­pre­gados, utentes da linha fer­ro­viária do Tâ­mega, mo­ra­dores de Gon­domar em pro­testo contra a ex­tinção das suas fre­gue­sias

 Em Aveiro, o tempo chu­voso criou di­fi­cul­dades ob­jec­tivas à par­ti­ci­pação de muitas pes­soas nas co­me­mo­ra­ções do Dia do Tra­ba­lhador, ad­mitiu a União dos Sin­di­catos do dis­trito, des­ta­cando que tal não im­pediu que mais de dois mil ma­ni­fes­tantes par­ti­ci­passem na tra­di­ci­onal ma­ni­fes­tação, do Largo da Es­tação da CP, até ao Largo do Rossio

 Em Gui­ma­rães ma­ni­fes­taram-se mi­lhares de tra­ba­lha­dores do dis­trito de Braga

 Em Bra­gança  e em Torre de Mon­corvo, cen­tenas de tra­ba­lha­dores fi­zeram deste 1.º de Maio um dos mai­ores de sempre no dis­trito

 Em Mon­temor-o-Novo, o «des­file do des­con­ten­ta­mento» reuniu vá­rias cen­tenas de pes­soas, que per­cor­reram a Ave­nida Gago Cou­tinho, rumo ao Parque de Ex­po­si­ções

 Em Évora, Vendas Novas e Mon­temor-o-Novo, mais de dois mil tra­ba­lha­dores, jo­vens, re­for­mados, pen­si­o­nistas e de­sem­pre­gados res­pon­deram ao apelo da CGTP-IN

Em todo o mundo, mi­lhões de tra­ba­lha­dores ce­le­braram o 1.º de Maio com po­de­rosas ac­ções de massas. A re­a­li­zada em Se­vilha, Es­panha, foi uma de mi­lhares de ma­ni­fes­ta­ções onde os ex­plo­rados de­mons­traram a cres­cente dis­po­ni­bi­li­dade para lu­tarem pela sua eman­ci­pação so­cial

 

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